03. En La Mar

tradição oral sefardita / Sephardic oral tradition

Os judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica no final do séc. XV trouxeram para as terras de seu exílio como as colônias portuguesas e espanholas da América do Sul sua música, lindas melodias, cantadas então como antes de seu exílio. Este romance retrata, numa linguagem metafórica, os pensamentos do marinheiro para com sua amada, deixada à beira-mar. A dama é representada como uma pomba (palomba),3 que habita uma torre imaginária, símbolo de segurança e de certeza do retorno.

The Sephardic Jews who were banished from the Iberian Peninsula at the end of the 15th century brought to the South American Portuguese and Spanish colonies their music and beautiful melodies, sung as they were before their exile. This romance represents, in metaphoric language, the feelings of a sailor towards his beloved, left on shore. The lady is represented as a pigeon (palomba) living in an imaginary tower, representing security and certainty of return.

A grafia dos quatro versos escolhidos foi extraída do livro / The orthography of the four chosen verses was taken from the book “Cancionero Judeo-Español”, de Moshé Attias. Centro de Estúdios sobre el judaísmo de Salónica, Tel-Aviv, Jerusalém, 1972.

En la mar hay una torre En la torre hay una ventana, En la ventana hay una palomba Que a los marineros ama. Dame la mano palomba Subiré yo al tu nido, Maldicha que durmas sola Vengo a durmir contigo. Si la mar se hace río Yo me haré pescador, Iré a pescar dolores Com palabricas d'amor. Si la mar era de leche Los barquitos de canela, Yo me mancharía entera Por salvar la mi bandiera.
Dalga Larrondo: caixa de congo e zarb / congo drum and zarb
Isa Taube: voz e palmas / voice and clapping
Luiz Fiaminghi: rabeca 1 / fiddle 1
Patricia Gatti: cravo / harpsichord
Ricardo Matsuda: viola brasileira 1 / Brazilian ten-string guitar 1
Valeria Bittar: flauta-doce 2 / recorder 2