04. Barcarola

tradição oral brasileira / Brazilian oral tradition

Esta melodia final do romance da “Nau Catarineta” foi recolhida por Mário de Andrade4 entre os anos de 1928 e 1929 em João Pessoa, Paraíba. Teve como informantes Joaquim Luís da Silva e Samuel de Brito, respectivamente Mestre e General da “Barca”.

O romance da “Nau Catarineta” é uma das partes mais importantes da “Chegança de Marujos”, nome adotado por Andrade para designar as danças dramáticas populares do ciclo da navegação, que celebram as lutas entre mouros e cristãos e sintetizam as muitas histórias passadas no mar pelos navegantes portugueses. Conhecidas como fandangos, barca, marujadas, ou genericamente como brinquedos, estas manifestações foram brilhantemente estudadas por Mário de Andrade e reunidas por sua aluna Oneyda Alvarenga nos livros “Danças Dramáticas do Brasil”. A “Nau Catarineta” é considerada por Andrade como o mais conservado dos romances ibéricos entre nós.

This concluding melody of the romance “Nau Catarineta” (Ship Catarineta) was collected by Mário de Andrade between the years of 1928 and 29 in João Pessoa, Paraíba. He had as informers Joaquim Luís da Silva and Samuel de Brito, respectively skipper and commander of the “Boat”.

The romance “Nau Catarineta” is one of the most important parts of “Chegança de Marujos” (Arrival of Sailors). This name was used by Mário de Andrade to designate the dramatic popular dances of the navigation cycle, which celebrates the struggle between Moors and Christians and summarize the many stories experienced at sea by Portuguese sailors. Known as fandangos, barca, marujadas or simply as brinquedos, these manifestations were brilliantly studied by Mário de Andrade and published in series of books called “Danças Dramáticas do Brasil” (Brazilian Dramatic Dances) by his student Oneyda Alvarenga. Andrade considers “Nau Catarineta” the best-preserved Iberian romance in Brazil.

Andrade, Mário de. “Danças Dramáticas do Brasil”, 1o. Tomo, Editora Itatiaia Limitada, Belo Horizonte, 1982. Foi mantida a grafia original.

Quand'u má quebra na proa, Oi-pá! Dest'anau Catarineta, Tenho soudades da terra, oi-pá! Da quirida Julieta! - Oi-pá! Oi-pá, Oi as onda du má vão quebra! Cum risco de uma turmenta, A minha nau naufragava; Cum berros du oceanos Meu peito hei-de istragá! A vida du marinhêro É uma vida de labô; Quando pensa que é discanço É quando atir'u vapô. Cum risco de uma turmenta, A minha nau naufragava; Cum berros du oceanos Meu peito hei-de istragá! A vida du marinhêro É uma vida de labô; Quando pensa que é discanço É quando atir'u vapô.
Dalga Larrondo: bendir
Isa Taube: voz / voice
Luiz Fiaminghi: rabeca 4 / fiddle 4
Patricia Gatti: cravo / harpsichord
Ricardo Matsuda: violão / guitar
Valeria Bittar: flauta-doce 1 / recorder 1