06. Moreninha

tradição oral brasileira / Brazilian oral tradition

Nesta modinha, originária do Sudeste brasileiro, procuramos destacar dois aspectos: seu desenho rítmico e harmônico, que se assemelha fortemente às sarabandas, e o caráter melódico, no qual sentimos paralelos com a música árabe e sefardita. A introdução, realizada pela viola de cocho, reforça tanto em seu timbre, quanto em sua estrutura improvisatória, a reconstrução auditiva deste mosaico sonoro - reminiscências de uma arquitetura atemporal.

Two aspects of this popular love song from the Southeast of Brazil draw our attention: the great similarity of its rhythmic and harmonic pattern to the sarabandas, and the echoes of Arabian and Sephardic music of its melody. Both the timbre and the improvisation of the viola de chocho introduction reinforce the auditory reconstruction of this musical mosaic, reminiscent of a timeless architecture.

Moreninha, s’eu te pedisse De modo que ninguém visse, De modo que ninguém visse Um beijo tu me negavas. Moreninha, s’eu te pedisse De modo que ninguém visse, Um beijo tu me negavas, Ou davas, ou davas. Moreninha, s’eu te encontrasse Na varanda costurando, Na varanda costurando E me recebesse sorrindo. Beijava teus pés pequenos, Teu lindo rosto moreno, Teu lindo rosto moreno E as tranças do negro tom. Beijava teus pés pequenos, Teu lindo rosto moreno E as tranças do negro tom, Que bom, que bom. Moreninha, s’eu visse o mundo Da janela dos teus olhos, Da janela dos teus olhos O mundo seria um doce. Moreninha, s’eu visse o mundo Da janela dos teus olhos, O mundo seria um doce,
Isa Taube: voz / voice
Luiz Fiaminghi: rabeca (2) / fiddle (2)
Paulo Freire: viola de cocho, viola (1) / guitar (1)
Patricia Gatti: cravo / harpsichord