16. Ay Luna / A Lua Girou

anon., sec. XVI/tradição oral brasileira

Ay Luna que Reluzes é extraído do Cancioneiro de Uppsala (1556), uma importante fonte da música renascentista ibérica. Esta coletânea contém 54 vilancicos a várias vozes, que refletem ainda as raízes árabes em sua poética e no caráter modal das suas melodias. A Lua Girou é uma canção tradicional da Bahia. A versão que nos serviu de referência foi o canto de uma costureira em cena do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto. Em nossa leitura enfatizamos as origens que se revelam num canto arabizado e desabrocham em uma canção brasileira.

Ay Luna que Reluzes is taken from the song collection Cancioneiro de Uppsala (1556), an important source of Iberian Renaissance music. It contains 54 polyphonic vilancicos, whose Arab roots are reflected in their poetry and in the modal character of the melodies. A Lua Girou is a traditional song from the State of Bahia. Our interpretation, based on a version sung by a dressmaker in Lima Barreto’s film O Cangaceiro, emphasises the underlying Arab origins of the melody and emerges in a Brazilian song.

Ay, luna que reluzes, Toda la noche m’a lumbres, Toda la noche m’a lumbres! A lua girou, girou. Traçou no céu um compasso. Eu só queria fazer Um travesseiro dos seus braços. Travesseiro dos meus braços, Só não faz quem não quiser,
Dalga Larrondo: zarb, pandeiro / tambourine
Isa Taube: voz / voice
Luiz Fiaminghi: rabeca (1) / fiddle (1)
Patricia Gatti: cravo / harpsichord
Paulo Freire: viola (1) / guitar (1)
Valeria Bittar: flauta (3) / recorder (3)