Da liturgia cristã, este canto gregoriano é um intróito do quarto domingo do advento, contido nos manuscritos da abadia de Silos, Burgos, Espanha (bibl. 3). Neste arranjo de Fernando Carvalhaes, especialmente escrito para o ANIMA, é explorado o motivo da “Invocação”, ou o princípio do “gesto verbo-motor”, tendo um aboio como célula mater da criação, que tece o contraponto à antífona e transmorfoseia-se em “plicas, dobra, uma divisão do mesmo som em grave ou agudo”. Segundo o autor: “As notas são emitidas com qualquer vogal, ou consoante. Estes timbres de articulação são, em princípio, livres, espontâneos; sílabas são talvez formadas, mas sem sentido. Um canto ´sine verbis, sine littera´. Busco o latim de propósito: o mínimo gesto consiste também, como veremos, em um júbilo, um grito, um aboio.” (DUARTE, 2006, pág. 60).