Este canto, extraído de um Cavalo Marinho da Paraíba (NÓBREGA, 2000, p. 138; discogr. 8), é um exemplo da transferência de valores da liturgia cristã para o contexto popular. Na doxologia do Intróito (faixa 15), segue-se o Gloria antes do retorno à antífona inicial. O Glória canta o versículo do Salmo 18, que diz: “Os céus cantam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos...O dia entrega a mensagem a outro dia e a noite a faz conhecer a outra noite; nessa ‘escritura dos céus’ não há termos, palavras, não se ouve o som...” Neste arranjo, Fernando Carvalhaes substituiu o Salmo 18 por esta variante popular, que sublinha uma bela linguagem arquetípica da criação.